A educação sexual a partir da infância contribui de forma positiva no crescimento e na formação do indivíduo. Primeiro porque prepara o psicológico da criança para possíveis descobertas, bem como, uma boa orientação sexual futura à cerca do controle de natalidade e doenças sexualmente transmissíveis.
O educador é parte importante juntamente com os pais nesse processo de orientar crianças e adolescentes sobre que caminho seguir e que medidas tomar pra ter uma vida sexual saudável.
É de extrema importância esclarecer que orientação sexual não significa passar informações sobre sexo, mas, abordar de forma tranquila e sem tabus a sexualidade como uma situação natural e satisfatória na vida de todos os seres humanos.
Os adultos precisam ter em mente que não se deve fugir das perguntas que as crianças fazem sobre sexo, nem mesmo dar respostas equivocadas ou fantasiosas a respeito do assunto. Elas geralmente não querem detalhes, só uma resposta breve e sem complicações sobre algo que lhe despertou a curiosidade. Com ao passar dos anos e um maior entendimento da criança é que as perguntas começam a surgir cheias de detalhes, e apreensões.
“A infância é considerada a época da aquisição subjetiva e sociocultural da identidade humana, na relação com o mundo, na descoberta de si e na apropriação significativa da cultura.”
“A supervalorização da sexualidade é preocupante. Muitos pais não tocam nesse assunto (sexo) ou, quando são abordados pelos filhos desconversam. Já outros, acham muita graça quando seus pequeninos brincam de beijar na boca, ou o menino fica mostrando o seu pintinho, ou quando as mães vestem suas filhas como pequenas mulheres.”
Há pouco tempo atrás era proibido falar de sexo, em compensação, a geração de hoje é bombardeada pela estimulação precoce da erotização.
O desenvolvimento emocional está ligado ao tema educação sexual. A idade emocional da criança muitas vezes não tem relação com a idade fisiológica, é por isso que cada criança irá se relacionar com o tema de acordo com seu interesse no momento.
As crianças necessitam de uma linguagem própria e por não perceberem isso, é comum os adultos não saberem se relacionar com elas. A sexualidade infantil e a adulta se diferem e os componentes de interesse sobre o assunto também.
A parte de orientação que cabe ao professor é a de preparar a cabecinha da criança pra quando ela começar a notar que meninos e meninas não são tão iguais assim quanto parecem (fisicamente). Eles podem até mesmo orientar os pais em como se preparar para responder as dúvidas infantis de uma forma simples, sem preconceitos, abstrações ou discursos.
Não se deve “queimar etapas” no processo de desenvolvimento e aprendizado da criança, cada fase deve ser vivenciada de forma saudável, buscando o entendimento que se faz necessário naquele momento.
A orientação sexual desde a infância, a passagem complicada pela adolescência, a chegada da fase adulta e o amadurecimento sexual na fase da melhor idade, são momentos muitíssimo importantes em nossas vidas.
Ao nosso entender, a infância é a base de sustentação, é onde tudo começa a tomar forma, a identidade começa a se firmar. Um trauma pode deixar marcar irreversíveis. A curiosidade da criança é natural, tratar isso como algo pecaminoso (em relação ao próprio corpo) poderia gerar uma negação da própria sexualidade.
“A alegria e o deslumbramento observados na criança são próprios das emoções de suas descobertas. Por isso é essencial que não a privamos da possibilidade de viver suas próprias conquistas.”